Ambientalistas europeus denunciam 'falta
de foco' da conferência do Rio
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PARIS - A menos de cinco meses da conferência Rio+20, no Rio de
Janeiro, autoridades políticas e líderes ambientalistas europeus estão
preocupados com a suposta 'falta de foco' das propostas feitas pelo governo do
Brasil, organizador do evento. As críticas sobre as prioridades brasileiras,
antes feitas a portas fechadas, foram externadas em público nesta terça-feira,
31, durante encontro em Paris. O temor é de que, alargando as discussões, a
Rio+20 não resulte em nada.
A insatisfação começou a ficar clara com o lançamento, no
início de janeiro, do chamado Draft Zero - o rascunho de declaração final do
evento preparado pelo governo brasileiro e submetido às autoridades estrangeiras
e à sociedade civil. O documento estabelece como prioridades da conferência os
temas da 'economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza' e o 'quadro institucional' para alcançar tal
objetivo.
Nas 21 páginas do rascunho são citados temas 'clássicos' do
ambientalismo, como segurança alimentar, agricultura sustentável, gestão
racional da água, acesso à energia e o estímulo às fontes renováveis, entre
outras propostas. Também têm lugar as novas questões do desenvolvimento
sustentável, como a criação de empregos 'verdes'.
O ponto polêmico é que a tudo isso a presidência brasileira
adicionou temas caros à agenda diplomática do País, como a luta contra a pobreza
e a fome, os objetivos do Milênio, as relações Sul-Sul, a crise econômica na
Europa e até a 'transparência da informação' - que têm pouca relação direta com
meio ambiente.
Segundo o embaixador André Correa do Lago, diretor do
Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, o objetivo é devolver ao evento seu
caráter histórico, colocando lado a lado temas como economia, sociedade e
ambiente. Com base nesses três 'pilares', seria discutida a nova 'governança
internacional'. 'O Brasil não quer que a nova governança seja de meio ambiente,
e sim que ela seja voltada para o desenvolvimento sustentável, ou seja, que
acentue que o meio ambiente deve estar no contexto social e econômico', explica
Lago.
Entre os exemplos das questões levantadas pelo Brasil para a
Rio+20, diz o diplomata, está discutir se a estratégia da União Europeia para
enfrentar a crise da Grécia com políticas de austeridade fiscal é o melhor
caminho. 'Nós passamos por esse tipo de tratamento de choque nos anos 80 e 90 e
sabemos que não traz bons resultados em longo prazo', diz Lago. Pautando esses
temas, o Itamaraty pretende fazer da Rio+20 um G20 voltado para discussões sobre
o futuro.
Reação. Ontem, durante a conferência Em Direção a uma Nova
Governança Mundial de Meio Ambiente, realizada em Paris, líderes políticos e
ambientalistas criticaram as ambições do Brasil. De modo geral, os europeus
querem acentuar a discussão ambiental. A França, por exemplo, defende que a
Rio+20 se concentre em negociações diplomáticas para a criação da Organização
Mundial de Meio Ambiente (WEO, na sigla em inglês).
'Quanto mais falamos sobre crescimento verde e menos sobre
governança, mais estamos perdendo o foco', disse ao Estado a ministra francesa
do Meio Ambiente, Nathalie Morizet. Jean Jouzel, vice-presidente do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU que reúne
especialistas em clima, também entende que a Rio+20 precisa ser mais conclusiva
e menos filosófica. 'Quando analisamos por que não andamos mais rápido na
proteção ambiental, é também porque faltam instituições para lidar com o tema de
forma objetiva', acredita.
Para Gerard Worms, presidente da Câmara de Comércio
Internacional (ICC), a Rio+20 carece de coerência. 'Lutar contra a pobreza é
importante, mas não é o mesmo que lutar pelo meio ambiente. A causa já é muito
vasta e avança pouco. Ou se mantém o foco ou não se avançará.'
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